Já se foi o tempo em que mineiro corria atrás de queijo ladeira abaixo para virar piada em mesa de botequim no São Paulo ou no Rio de Janeiro.
O mineiro sabido mesmo, continua o desconfiado e come quieto de sempre, mas hoje, caladinho, corre é para fazer um bom queijo e ganhar dinheiro com o povo da capital.
Miguel é um destes mineirinhos desconfiados, mas esperto que só ele. Na infância, aprendeu a arte do queijo com o pai, a mãe, os tios e avós. Sim, precisou correr atrás do queijo ladeira abaixo, mas hoje sabe bem o quanto manter viva a tradição do Queijo da Canastra é garantia de futuro, de dinheiro no bolso e fartura na mesa.
A mineiridade é o maior patrimônio de Minas Gerais. A sabedoria de preservar os costumes de uma forma natural é a principal marca de quem nasce por essas bandas.
Engana-se quem pensa as belezas de Minas apenas como sendo as montanhas, as cachoeiras, as cidades históricas e suas igrejas seculares. A maior beleza desta terra encantada são os costumes de sua gente, que homem nenhum de outras bandas sabe copiar.
O fazer do Queijo da Canastra é como os costumes do mineiro: se passa de geração para geração não como uma imposição, mas como algo tão natural que é impossível não estar no sangue.