Vô Álvaro e Vó Antônia viram o neto crescer sem saber muito bem qual rumo escolher para a vida. Quando tomou corpo, foi viver fora de Piumhi para apanhar estudo. A saudade apertou o peito e lhe carregou de volta. Homem feito, foi ser corretor de seguros. Demorou a perceber o seu destino escrito bem ali na roça dos avós. Largou foi tudo na cidade e correu para agarrar a felicidade nas coisas simples da vida no campo.
A história é contada pelo moço de sorriso largo e jeito de quem vai lhe dar um abraço daqueles de um amigo que não vê há anos. Esse é o Serjão. Seja o dia ou a hora que for, quem chega à sua fazenda, na cidade de Piumhi, sempre é recebido dessa maneira pelo moço.
Acompanhar o trabalho de Serjão é uma terapia. A fumaça vinda do fogão à lenha da cozinha chama para um cafezinho. Da janela, pode-se ver o abrir magnífico do rabo do pavão no quintal. Enquanto isso, o cachorro companheiro vai mordendo a barra da calça ou da botina. Carinho que e? retribuído com um sorriso do dono.
Na queijaria, Serjão vai jogando o pingo no leite apurado para espremer a massa. Deixa que o tempo e o mofo branco se encarreguem de dar fim às verdadeiras peças de alegria em formato de queijo.