O homem percebe a idade chegando quando para e pensa na vida. Verdade seja dita, ninguém fica a matutar sobre a vida quando se é novo, jovem e está de peito aberto para encarar surpresas e desafios. Nessa fase, o certo mesmo é absorver todos os ensinamentos dos mais antigos e ter respeito por eles. A gente sabe bem que não existe futuro para quem não soube preservar o seu passado. Quanto ao queijo artesanal da região da Serra da Canastra, essa máxima está na cabeça de cada um dos produtores, sejam eles novos ou dos antigos. Johne aparta o gado pelas montanhas da Fazenda Capivara. Menino não é mais. Pelo mundo já correu atrás de surpresas e desafios, inclusive, com a missão de ser o mensageiro do Queijo da Canastra.
Na porta da queijeira, confere a maturação das peças que, como ele, vão ganhando casca grossa e identidade. É incrível como nessa tradição, produtor e produto se confundem ao ponto de um parecer filho do outro. No caso de Johne, a idade chegou pela porta da frente, sem cerimônias e recebida com festança. O moço pensa na vida e no futuro sonhado para os seus filhos de carne e osso. Sabe que chegou a hora de levá-los para roça; ensiná-los toda a tradição da família para aí sim, deixá-los correr o mundo em busca de seus próprios desafios. No caso de seus filhosqueijos,esses já estão a bater perna por aí, encantando o mundo.