Mais um dia de trabalho começa no campo. Não existe folga ou dia santo na lida da fazenda, mesmo porque, vaca não tem calendário.

Lionisesar vai buscar os bezerros longe, cortando as montanhas que cercam o seu cantinho caprichado, encravado no pé da Serra da Canastra. Cuida do quintal e do curral como se ali fosse a sala de sua morada. E se ali é a casa, suas vacas são pessoas íntimas da família.

Gosta de chamá-las pelos nomes: Angola, Grandeza, Sombrinha, Prata, Roxeada, Mansidão, Florida, Lacraia, Carolina, Suíça, Boneca, Pitanga e tantas outras.

Conversa, caminha entre elas. Faz questão de ordenhá-las sem a presença de ninguém por perto para manter a intimidade e não irritar as bichinhas.

Mas quem o vê firme na labuta, não demora muito a perceber que ali está um “artista”. Lioni…, ou melhor, o “Gianecchini da Serra da Canastra”, como ele mesmo gosta de se chamar, sabe mesmo é ser menino e arrancar sorrisos.

Quem aguenta as estripulias é Dona Umbelina, a companheira do “galã”. Aguenta nada, na verdade, ela gosta mesmo e muito.

De tanto carinho com as vacas e tantos sorrisos e chamegos com Dona Umbelina, Lionisesar “Giannechini” faz bem é nascer uma simpatia incomparável por essa gente da Canastra.